Wednesday, March 19, 2008

RAPUNZEL

Não só pela correria do dia, pelas mil e as coisas a resolver.
Não só pelas voltas de 360 graus que o ser humano consegue dar, às vezes sem se aperceber
Não só pela força que existe cá dentro. A força do recomeço. Foi um dia de caos. Um dia de encontro e desencontro,
Um dia em que literalmente consegui escolher, um dia de uma «perna» para um lado, outra perna para o outro. O ser humano tem essa maravilhosa capacidade de escolher, a cada dia, o estado de espírito em que mergulha. Agora parece-me obvio, mesmo que não tenha sido assim tão claro para mim noutros tempos, nem neste dia, mas é a evolução. Estes são outros tempos! São tempos de aprendizagem, são tempos de crescimento. São tempos de admiração por pessoas que nunca pensamos admirar. São tempos em que nos contam histórias, são tempos de observação.
Hoje tudo mudou...mais uma vez. Mudou porque a cada dia nós nascemos e renascemos e aprendi que mesmo tentando trazer uma folha em branco a cada dia, a mochila que carregamos ao longo da vida vem connosco e só para nos ensinar a escolher. Depois do dia de mudança de vida, de grande viagem e resoluções.
Chegou a noite. Jantei com o meu primo, onde nos enquadramos num contexto de desabafo, de risota e alegria. Criamos uma amizade profunda... Na nossa janela da Praça das flores. Fiquei alguns minutos com o meu caderno a escrever pouco mais de meia dúzia de palavras. Não consegui faze-lo mais do que essa meia dúzia porque a praça já não era só minha. Hoje realizei que vai deixar de ser minha...mesmo que passe aqui uma vez ou outra. Além da minha vida ter mudado, a praça na minha vida mudou também. Parece-me que foi o dia da despedida. De uma despedida qualquer, por todos os acontecimentos que precipitei para essa volta de 360 graus! Consigo rir de mim mesma, dessa recriação num curto espaço de tempo! A praça, além de ser também do meu primo, e de ser sempre eternamente m é também da Flor de Sal. Do restaurante ali em baixo que me recebia de braços abertos, que me via passar, que me acarinhava a cada minuto.
Rapunzel ... pessoas especiais que cruzam as nossas vidas em mares de coincidencias, que nos trazem alegria ao olhar e que produzem uma chama de alma. Empatia que é provocada não por nada mistico mas por algo extremamente real, so pelo simples facto de não o podermos explicar. Os fins dos dias, são alaridos de consciência, agora alagados por imensa alegria pelo desconhecido e uma imensa leveza de vida. Em que o que mais se quer transmitir dessa alegria de viver é um olhar. Essa facilidade de procura e encontro, essa imensa reciprocidade. Aprendi hoje, que nem sempre são precisas palavras, ou crises existenciais. Aprendi hoje que basta um olhar para nos sabermos vivos, para nos sabermos queridos. Basta um olhar para nos sentirmos desejados e desejarmos. Basta um olhar para lermos a nossa alma.
Ao descer a rua, «singing in the rain», cheguei a casa completamente encharcada em água do diluvio que caiu sobre Lisboa. Será por deixar a praça? Penso que não. Talvez por ter dançado sozinha por baixo da minha janela da praça das flores, aquela dança que não dancei no cinco lounge, aquela dança que devia ter dançado...dará sempre um bonito titulo: a dança que não dancei! E de ter escrito palavras que a maioria não poderá compreender...mas como já disse, ha coisas que não se escrevem, são coisas que se sentem e não ha palavras que as possam descrever. Agradeço essa capacidade de sentir assim!

2 comments:

Anonymous said...

A Praça...
Essa Praça que muita gente foi buscar inspiração da vida para uma vida.Nessa Praça que se iniciou e terminou imensas coisas.
Nessa Praça, que se acorda numa manha de inverno e se deita numa noite de verão...nessa Praça que vejo o inicio de recordações memoráveis.
A forma como nós vemos, os locais, as recordações e as memórias são somente algo que nos sustenta aquilo que somos e vivemos, mas nunca aquilo que iremos viver.
As vezes nem tudo parece é..Ver para crer ou crer para ver, que interessa!?!, se o mais importante é fazer e viver, porque numa dor advem uma alegria de ter superado a mesma, de superar essa dificuldade.Nessa Praça ou outra teremos sempre as recordações que tudo que fazemos é sempre memorável e marcante, esquecer é riscar das nossas vidas o que passamos é renegar as nossas vivencias, sendo elas boas ou más.
Nessa Praça recordarei aquele dia que termina em 9.
RM.

Mirasanta.blogspot.com said...

Foi depois de te conhecer que a praça se tornou mais bela, divertida,mais poética, mais amada e mais amou. Da tua janela inspiras-te-lhe o ar,os cheiros, os sabores.a poesia e o sonho!
Não chores por ter terminado, ri porque aconteceu pois ela será eternamente tua e tambem te ensinou a vencer...
M