VOU PARA PORTUGAL AMANHA

Hoje apetece-me escrever em portugues, amanha vou para portugal uma temporada. Para quem me lê, para os meus amigos, para que a experiência de vida de alguem seja mais um ponto das nossas proprias vidas. O que quero passar sempre é que todos somos humanos, todos erramos, todos sorrimos e isso não quer dizer que sejamos piores ou melhores. Simplesmente humanos. Por isso agarrem sempre que puderem na vossa bagagem de vida e talvez na bagagem de vida do vosso melhor amigo e crescam. Crescam a cada minuto. Não é fantastico termos a oportunidade de vida de crescermos? de sermos melhor gente? de fazermos parte de um projecto qualquer? fazer parte desse projecto de sermos mais completos e integros connosco proprios?
O medo é uma experiência universal. É normal senti-lo quando se chega e se toca no desconhecido. É uma parte de estar vivo. Reagimos contra a possibilidade de estarmos ou nos sentirmos sozinhos, a dúvida, a dor, a morte ou mesmo de não termos nada a que nos agarrar. O medo é uma reacção natural de chegar perto de uma verdade de alguma coisa que se esconde de enfrentar a nós próprios ou alguma coisa a que temos repulsa.
Temos que nos comprometer em estar onde devemos estar, neste momento presente que é o único momento que temos. A verdade é que passo a vida a dizer isto...mas o ser humano vai-se esquecendo disto! De facto não podemos estar no presente e ao mesmo tempo descrevermos a nossa história passada ou futura. Ficar nesse momento presente a experiencia torna-se mais vivida mais real, as coisas tornam-se tão claras que é impossível de escapar.
A impermanencia existe, o momento presente juntamente com a coragem, o carinho a compaixão. E também o medo. De facto se alguém ficar no tomo do desconhecido totalmente no presente sem um ponto de referência experiencia estar sem bases sem pára-quedas. E é aqui que o nosso entendimento vai mais fundo quando percebemos que o momento presente é um sítio muito pouco seguro. Que todos os nossos planos caiem de um dia para o outro. Que pode ser irritante e macio ao mesmo tempo. Quando começamos as nossas explorações interiores temos todas as expectativas e ideias. Estamos à espera de respostas. Mas a verdade é que nos temos que tornar íntimos com o medo, saber de onde vem, por onde vem, porque olhar esse medo nos olhos não como uma formula de resolver problemas mas como um desfazer de formas antigas de sentir, de cheirar, de perceber, quando isto acontece já não faz muito sentido segurarmo-nos a ideais caducos. Ter a coragem de morrer… todos os dias e renascer. Como por vezes nós nos enganamos a nós próprios no momento presente. Quando tudo cai às vezes corremos para nos agarrarmos a qualquer coisa … mas não! não há nada onde nos escondermos, mais tarde ou mais cedo achamos que o medo parece bonito. A coragem reside em continuarmos a exploração até à profundidade e de nos confrontarmos mesmo quando alguma coisa não era o que parecia. Sempre pensei que era uma pessoa flexível, lutadora e energética, e sempre carreguei essa ilusão. Investi tanto na imagem de mim mesmo que a mesma já não se segurava a ela própria, tudo aquilo que não tinha conseguido resolver no meu interior estava exposto. Há um click que acontece quando nos acordamos a nós próprios, pode ser pela doença, por morte, Quando tudo cai é como se fosse um teste ou uma cura é deixar espaço para todo o tipo de sentimentos, de tristeza de dor, de harmonia, de saudades de desejos, de desespero, é permitirmo-nos esse espaço. Quando vemos o que realmente está a acontecer é quando o tapete nos é puxado e há essa sensação … o que acontece é acordar-nos ou por-nos a dormir.
A verdade é que eu estou acordada! há muito pessoal que tenho conhecido ultimamente que está bem acordado! Mas a maioria está a dormir. Então desafio os meus amigos a pararem meia hora e pensarem: esta na hora de ser melhor pessoa, o que posso faer por mim hoje?
Hoje é o dia!