Thursday, June 25, 2009


Às vezes detesto ter razão, e uma dessas vezes é quando notamos que somos muitas vezes substitutos de carências de outros. Tanto nas amizades, como no amor ou na família. Às vezes as pessoas que nos amam ou gostam de nós não gostam mesmo de nós, mas sim de uma ideia de um qualquer relacionamento, de uma estabilidade ou de uma loucura. De uma construção qualquer, de alguma engenharia, e muitas das coisas que se dizem se perdem no tempo porque afinal tudo não passava da necessidade de alimentar uma ideia que não passava pelo ser humano que somos mas sim pela ideia. Desiste-se, encosta-se às boxes e pronto. Utilizam-se palavras atiradas ao vento até haver qualquer outro substituto dessa necessidade. Muitas vezes não passamos de um pacote de cajus porque não se pode ter amêndoas. Ou a ideia de que se gosta de cajus mas que afinal depois de grandes expressões desse gosto do caju se é facilmente substituído por amêndoas, porque afinal o facto era ter um aperitivo qualquer e não fruto seco especifico, porque se escolheu esse e não outro, e é por esse que se luta até ao fim, é esse que se quer. É caju e não amêndoa.

2 comments:

Viajantis said...

A maior parte das vezes, o que sucede não será tanto uma questão de se ser um "paliativo" ou um "placebo" para as necessidades imediatas deste ou aqueloutro, mas tao somente o facto, que temos de aceitar, de que a grande maioria das vezes os sentimentos nascem de um lado em descompasso com o outro...raramente sentimentos puros ocorrem em simultâneo...
Como alguem dizia, a vida é feita de encontros e desencontros.
Temos de encarar estas vicissitudes e retirar delas o máximo de lições possivel e não as catalogarmos, ou adjectivarmos levianamente, pois pode-se cair no erro de minimizar o que não é minimizável.

Ines Blu Rodrigues said...

... a não ser que se saiba exactamente o que se está a dizer muito longe de levianamente mas tangente a realidade provada pelos factos